domingo, 14 de novembro de 2010

Passeios de Outono 2

2. Fim de semana nas Águas

Na última vez que estivemos nas Águas fomos, como é costume nesta altura do ano, à Serra da Malcata,
apanhar medronhos,


na mata sobranceira à fonte dos caçadores


e medronheiros para plantar (das dezenas que se plantaram apenas sobreviveram 2 ou 3, mas o Zé nunca deixa de tentar).


É sempre um passeio agradável, principalmente num dia calmo e de sol como estava.

Depois da colheita fomos dar um passeio, a pé, pelo caminho que desce em direcção à barragem, entre medronheiros de um lado


e urze do outro.


Depois, no sábado, e para comemorar o nosso 37º aniversário completado no dia 3 de Novembro fomos visitar a Guarda, com passagem por Belmonte.

Aqui, e como era nossa intenção, bebemos café numa esplanada. Encontrámos uma mesmo ao pé do Castelo



que tem uma vista maravilhosa sobre o vale


por onde, entre vinhas e pomares, corre o Zêzere



Depois de darmos uma voltinha pela Vila





e de fazermos algumas compras de produtos da zona, e com a resolução de lá voltarmos em breve, para a usufruirmos com calma e visitarmos os seus museus, fomos então até à Guarda. A intenção era visitar o centro histórico da cidade e ver como neste se integrava o Centro Comercial que aí foi recentemente construído.

O centro histórico é, de facto, muito interessante, como eu já sabia pelas voltitas que aí dei quando estive a trabalhar na Guarda. Mas está completamente desabitado. A vida que tem é-lhe dada por alguns estabelecimentos comerciais e sedes de associações várias.



O Largo da Sé é muito bonito.



designadamente ao anoitecer








Esta catedral, que começou a ser construída no séc. XIV, tem a característica muito "sui generis": a seguir à entrada principal tem uma escadaria descendente e depois ainda tem mais degraus nesse sentido (2 ou 3) no corpo da catedral. Segundo o funcionário do MC que nos prestou informações, esse facto deve-se à inclinação do terreno (a catedral que é fortificada está situada no cimo do monte) conjugado com a vontade (necessidade?) que estivesse voltada para Jerusalém.


Como só foi terminada no séc. XVI, identificam-se na Sé da Gurada 4 estilos: românico tardio, gótico, manuelino e renascença.



Quanto ao Centro Comercial fica do lado de fora da muralha da cidade medieval e não me pareceu que entrasse em choque com a envolvente, mas já só o visitei já à noite, e só foi possível tirar fotos do interior

sábado, 13 de novembro de 2010

Passeios de Outono 1

1- Coimbra

Em meados de Outubro fomos (com a nossa amiga Maria) até Coimbra, ver o Mosteiro de Sta- Clara-Velha, recuperado às águas do Mondego há poucos anos.









Um pormenor interessante: a roda,


que era o “interface”, com o mundo exterior das Clarissas, as monjas que aqui viveram desde o séc XIII ao séc. XVII, se não estou em erro, altura em que o mosteiro deixou de ser habitável em consequência do progressiovo avanço das águas do rio, que o foram submergindo.

Comemos depois um frugal, mas agradável, almoço numa esplanada à beira do Mondego,
onde assistimos à maior revoada de gaivotas que alguma vez vi.





No passeio que fizemos ao longo do rio


tirei também esta foto, que embora tenha grandes defeitos não deixa de ser bonita.


Aproveitámos ainda para ir visitar a Universidade. Chegámos lá passando exactamente pelas suas primeiras instalações, o Paço Real da Alcáçova (habitado por sucessivos monarcas entre os sécs. XII e XV), que veio a ser denominado como Paço das Escolas, após a sua cedência, deste e de todos os edifícios que entretanto vieram a ser construídos pelos diversos reis por D. João III, em 1537, para vir a ser ocupado pela Universidade, tendo sido por esta comprada em 1597.


Fiquei impressionada, pois não tinha ideia nenhuma da alcáçova, cuja construção terá sido iniciada em 994 por determinação de Almançor, após a reconquista muçulmana da cidade em 987, com a intenção de preparar a cidade como guarda avançada para a pretendida destruição do reino de Leão. Esta alcáçova veio a ser o maior empreendimento da arquitectura militar omíada em toda a Península Ibérica.


Chegados ao “Pátio das Escolas”, organizado num pátio quadrangular e onde se edificaram as aulas escolares do palácio universitário,


e onde foi também construída a Torre da Universidade entre 1728 e 1733, no terraço da qual, antes de ser construído o competente observatório se realizavam as observações astronómicas.


visitámos o piso nobre da Biblioteca Joanina, inicialmente denominada como a Casa da Livraria, que foi construída entre os anos 1717 e 1728,


Aquela biblioteca recebeu os primeiros livros em 1750.No edifício, que tem três andares, estão reunidos 200.000 livros antigos que datam dos
séculos XVI XVII e XVIII.
Todos os exemplares (que são consultáveis), estão em perfeitas condições porque o edifício é uma autentica caixa-forte que proporciona um ambiente estável ao longo de todo o ano é, também, porque a biblioteca está toda revestida de madeira. Acresce que as estantes é feita de madeira de carvalho, que por um lado é densa e por outro liberta um odor que afasta os papirófagos (insectos que se alimentam de papel) o que evita problemas que aqueles normalmente trazem à conservação dos livros.

Do mesmo lado do pátio situa-se a capela de S. Miguel, construída no segundo quartel do séc. XV. A partir do séc. XVI foi alvo de obras de reconstrução e embelezamento, destacando-se os sumptuosos tectos e o revestimento integral azulejar do séc. XVII.


o sumptuoso órgão


e o magnífico retábulo-mor, que não fotografei porque não estão autorizadas fotos dentro da capela.

No lado norte do Pátio das Escolas foi edificada no séc. XVIII uma extensa galeria porticada ( Via Latina), para resolver o problema da circulação entre os três núcleos do Paço Reitoral, a Sala dos Capelos dos Gerais.



A Sala dos Capelos era a sala pública por excelência e o cenário das grandes cerimónias cortesãs, antes da cedência `universidade.

O aspecto que ostenta, com a cadeira do reitor, a cátedra e os bancos doutorais, advém-lhe das necessidades técnicas e cerimoniais da vida universitária.
O tecto actual data de 1650, altura em que foi levada a cabo a reforma universitária, bem como o revestimento azulejar



O Paço Reitoral compreende o conjunto de dependências onde se aloja a Reitoria, e neste é visitável a Sala dos Archeiros, onde se ostenta a panóplia de alabardas da guarda universitária (archeiros), bem como as massas dos bedéis e a vara do secretário-geral.


O silhar de azulejos policromos é do 3º quartel do séc. XVIII e o tecto está ornado com as armas reais.


Neste piso corre a galeria envolvente da Sala dos Capelos, onde no extremo ocidental se situa a Sala do Exame Privado, onde se faziam as provas de licenciatura e onde estão os retratos de todos os reitores da Universidade até ao séc. XVIII.

É ao início do séc. XVII, que data o aspecto actual, com o silhar de azulejos e o sumptuoso tecto



No extremo da galeria acede-se à varanda panorâmica, construída em 1772,


de onde se avistam vários panoramas da cidade e do rio:





Já de regresso, ainda aproveitámos para passear entre a Universidade e a Baixa.