domingo, 13 de março de 2011

MEMÓRIA HISTÓRICA

Ainda hoje hoje ouvi que na África do Sul existem, por todo o lado, pequenos museus que preservam a memória do sistema de "apartheit" que vigorou naquele país. Isto a propósito de em Portugal não haver qualquer preocupação com a preservação das memórias dos ex-combatentes sobre a guerra colonial que impusemos e sofremos de 1961 a 1974, e que se traduziu em tantas mortes e sofrimento, (que ainda hoje ainda se mantem em tantos deles), quer pelo que sofreram quer pelos sofrimentos que infligiram.
E agora acabo de ver num programa da SIC, (Histórias com gente dentro") o testemunho de um resistente ao regime político que vigorou até 1974, sobre as torturas a que foi sujeito durante 31 dias após a sua prisão em 1972 (já, portanto quando o Presidente do Conselho era Marcelo Caetano). E ele dizia que, para bem do nosso futuro colectivo, não se podia perder a memória sobre as torturas que a polícia política infligia (não eram estas as palavras mas julgo que seria este o sentido).

E, realmente, quem são os jovens que conhecem esta nossa história tão recente? O que é que existe no nosso sistema educativo que os (in)forme?

E quão perigosa é esta ignorância, principalmente em tempo de crise e desilusão como o que estamos a viver.

sábado, 12 de março de 2011

Arte Africana

Na 3º feira de Carnaval fomos visitar a colecção (ou parte) de arte africana reunida por "Pancho" Guedes, arquitecto e artista plástico que viveu em Moçambique e África do Sul.

À direita da primeira foto estão expostas algumas máscaras dos Iómuè, tribo que se encontra em vasta zona do norte de Moçambique.Estas máscaras são feitas de entrecasca de árvores




Muito interessantes
estas máscaras de povos de vários países africanos, penso que da Coata do Marfim e/ou Mali



estas estelas funerárias de um povo do sudoeste de Angola (Namibe)



estas bonecas, também de Angola


ou estas estatuetas de arte popular de "Lourenço Marques", que nos anos 60 do século passado respondiam à procura dos turistars da África do Sul.


ou ainda estas máscaras Macondes, esculpidas em madeira leve ainda muito verde, tingidas de amarelo ou ocre


e esta escultura, em madeira também Maconde, que representa personagens numa esquadra de polícia


Também achei interessantes alguns dos bordados expostos. Estes bordados foram feitos por homens no atelier de Pancho Guedes e parece que traduziam uma tradição que resultaria do facto dos homens, quando se feriam quando trabalhavam nas minas na África do Sul,, bordarem durante om período de tratamento, para voltarem a controlar o movimento dos dedos



No que respeita a artistas individuais gostei imenso dos trabalhos de um artista sul-africano, Tito Zungu, considerado, pelo menos nos anos 60 do século passado, como o artista mais original da África do Sul.
Os seus trabalhos não são pintados mas sim desenhados com a utilização de régua.



Também gostei muito destes quadros, já de 1934, de um artista de Inhambane, não sei se africano ou não. O estilo parece, o nome, Álvaro Passos, não.


Do núcleo de obras iniciais de Malangatana (1959,1960)expostas,


destacaria as que a seguir reproduzo,


cubismo?


surrealismo?


Malangantana era, na altura, um jovem barman que tinha, então, frequentado um curso de pintura.
Estes quadros parecem evidenciar que os artistas europeus do início e meados do século passado foram profundamente influenciados pela arte africana.
Recordo-me que, segundo um documentário que vi na TV, Pancho Guedes (então protector do artista) procurou isolar o artista, tentando que a sua arte genuína não fosse contagiada por influências exteriores à sua cultura...

terça-feira, 8 de março de 2011

Passeio a Viseu

No passado fim de semana aproveitámos a nossa estadia nas Águas para ir visitar Viseu. Pensámos ir através da Serra da Estrela em direcção a Seia, porque aquela estava coberta de neve e seria, com certeza, um passeio maravilhoso, mas quando, na Covilhã, iniciámos a subida para as Penhas da Saúde fomos mandados voltar para trás porque a estava a nevar e só se podia prosseguir com correntes. Lá regressámos à autoestrada, percurso, valculo que embora mais longo será mais rápido, mas menos agradável...

Na cidade começámos o passeio pela zona do Centro, tendo-nos dirigido ao Rossio, sempre muito bonito
com o seu painel de azulejo



Câmara Municipal


fontes e igreja



é uma linda Praça, que eu ainda tinha muito presente não obstante já terem passados cerca de 7 ou 8 anos desde a última vez que lá fomos.

A zona comercial estende-se das ruas mais centrais



até ao centro histórico




Neste, pontifica a Sé, ladeada, à esquerda, pelo antigo Seminário onde hoje funciona o Museu Grão Vasco



frente à qual se situa a Igreja da Misericórdia


Ao lado desta está este "digno" fontanário


Este largo, onde o granito se impõe, é envolvido por prédios, calculo, medievais, que suavizam, de algum modo, a monumentalidade daqueles edifícios



Nos restos das muralhas encontramos duas portas, registos históricos sempre interessantes.




Mas mesmo interessante e agradável é passear pelas escadas, largos e ruas do centro histórico








onde encontramos a cada passo interessantes e diferentes recuperações



e lado a lado com com lindos imponentes palácios




encontramos aspectos pitorescos como este



imagens completamente rurais



pormenores como este


ou ainda recuperações e novas contruções maravilhosamente enquadrados no granito e na paisagem!!!




Por detrás da Igreja da Misericórdia desce o funicular atá à zona ribeirinha,


que está muito bonita




É nesta zona que se situa o Centro Comercial da cidade,


cujas traseiras dão para a margem (comprimida) do rio


No regresso ao centro da cidade tirei esta foto que retrata dois anacronismos:
uma árvore (no centro de uma rotunda) rodeada de bancos, sem que haja sinemáforos ou qualquer passadeira que lhe permita o acesso, e o edifício do Centro Distrital de Segurança Social, completamente desenquadrado da paisagem urbana em que se encontra inserido.