sábado, 22 de janeiro de 2011

Museu de Évora

Quando fomos ver a exposição "Primitivos Portugueses" no MNAA foi-nos referido que o esta tinha uma extensão no Museu de Évora, onde estava exposto o 7º módulo.

Decidimos que aproveitariamos este pretexto para mais um passeio ao Alentejo, com início na visita àquele museu.

E, assim, logo concretizámos o passeio no domingo seguinte.E valeu a pena!
O edificio, antigo palácio episcopal, situa-se entre a Catedral


e o Templo de Diana


Sondagens arqueológicas mostraram que sob os seus alicerces se situa parte do pavimento do forum romano, algumas habitações do período islâmico e uma zona de sepulturas medievais



Parte importante do espólio do Museu é por escultura arquirectónica e tumulária dos séculos XIX a XVI proveniente de conventos e edifícios demolidos na cidade durante os séculos XIX e XX:



Um núcleo importante é o arquelógico, com um significativo espólio de escultura romana


Outro núcleo interessante que vimos foi o de elementode arquitectura, epigrafia e escultura dos séculos I-XVI




Dos núcleos que visitámos, não há dúvida que o mais importante é o de Pintura dos séculos XV-XVIII

Aqui vimos, entre muitas outras obras do séc. XV, quadros de Francisco Henriques


Frei Carlos


Grão Vasco


Álvaro Pires


Mas as consideradas mais importantes são
os retábulos flamengos do Altar-mor da Sé



e o tríptico de Gregório Lopes, cujo retábulo do Calvário está retratado na foto seguinte,

conjuntamente com um quadro de um pintor contemporâneo (Rui Macedo), de Évora, que tem uma série de obras de 2010 expostas neste Núcleo, associados ou não, aos outros quadros (dos séculos XV-XVIII).

Também nos retábulos do Altar-Mor da Sé (de onde foi retirado um para exposição no MNAA)estão integrados quadros deste pintor, tal como no conjunto mortas dos pintores do séc. XVII de Josefa de Óbidos (à direita) e Baltazar Gomes de Figueiredo (à esquerda),

em que no conjunto de 6 quadros os dois de baixo são de Rui Macedo.

De muitas das pinturas expostas daquele pintor seleccionei mais este quadro em que ele retrata com "realismo" as salas de exposição deste Núcleo.


Passámos então ao Núcleo da exposição dos "Primitivos Portugueses", que como atrás está evidenciado estão fortemente represetados no Núcleo de Pintura do Museu, e assim vimos, principalmente, quadros dos pintores do século XV atrás referidos.

As fotos seguintes, de quadros de Frei Carlos, têm a particularidade de mostrarem as reflectografias de infravermelhos, feitas aos quadros que integram a exposição dos Primitivos Portugueses.
Esta técnica, utilizada para apoiar a restauração dos quadros, mostra o desenho de preparação dos quadros previamente feita pelos pintores antes de pintarem os quadros.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Partilha e amor - Episódios familiares

A propósito da conversa (via mail) que tive com a Ana sobre a partilha das calças de Ski entre ela e o Pedro, lembrei-me de um outro episódio de partilha contado por minha mãe. O meu tio Alexandre(irmão mais velho de minha mãe), partilhou em dada altura um par de botas com um seu colega de Faculdade;um dia era um que calçava as botas e ia às aulas, no outro dia era o outro.

Força de vontade face às dificuldades (hoje dificeis de imaginar....)e também verdadeiro espírito de solidariedade!

E depois de tanto esforço viu a sua vida de professor liceal interrompida por ser oposiocionista ao regime ditatorial de então, tendo sido expulso do ensino oficial e sofrido, ainda, o encerramento do Colégio que, entretanto e como alternativa, fundara. Só depois de ter estado a leccionar vários anos em Angola,veio a ser readmitido no ensino oficial em Portugal!

E por associação de ideias lembrei-me de outro episódio (este de algum modo caricato), contado por minha mãe, desta vez a propósito de outro familiar, o meu bisavô materno, que ilustra outras facetas de personalidade de familiares meus. Desta vez a generosidade associada a um certo desiquilíbrio mental daquele meu ascendente.

Um dia chegou a casa descalço. A minha bisavó, perplexa, questionou-o: "Oh homem, vens descalço! O que aconteceu? Resposta: "Então, encontrei um pobre sem botas, dei-lhe as que trazia, pois tenho mais..."

Por episódios familiares, lembrei-me de outro, que também teve como intervenientes aquelas mesmos meus bisavós.

A minha bisavó tinha 18 anos quando começou a namorar o meu bisavô, viúvo, com cerca de várias filha, quatro ou cinco, salvo erro, e fama de gastador (o que se veio a confirmar, pois logo no regresso da lua de mel em Espanha, a minha avó já não trazia as jóias que levara para a viagem).

Naquela situação, os pais opunham-se ao namoro que ela continuava às escondidas. E o episódio que a minha mãe contava é que a minha bisavó, para não ser descoberta (seria por qualquer outra razão?), engolia os bocadinhos em que cortava as cartas do namorado, que o seu irmão,conivente,lhe trazia às escondidas.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

A Escola Oficina nº 1

Quando eu era pequena via a "minha escola" da minha irmã mais velha, Maria Cecília, como uma entidade mítica que, quando por ela mencionada, designadamente quando a família se reunia nos aniversários dos meus sobrinhos, levava que marido e filhos (comandados por aquele) se levantassem.
Era motivo de ternurenta brincadeira a saudade que a minha irmã tinha da sua Escola, onde fora tão feliz, e que para ela tinha sido a escola perfeita. E tal como nessa altura,ainda, hoje já quase sem memória nem do presente nem do passado, continua a recordar-se perfeitamente, e com enorme saudade da " minha escola".

Situada no Largo da Graça, um bocado afastada da residência dos meus pais, a frequência daquela escola por parte dos meus irmãos resultou da procura que a minha mãe fez, perante as sucessivas recusas da minha irmã em frequentar duas ou três que visitaram antes e que, por um motivo ou por outro, rejeitara.
Mais tarde, o nosso irmão que tinha, entretanto entrado para a escola do Centro Republicano Botto Machado, Centro de que o meu pai foi sócio durante muitos anos( penso que até falecer), veio também a frequentar a Escola Oficina, da qual, conforme a minha cunhada me refere, também recordava com saudade.

Aquela escola, criada nos primeiros anos da 1ª República pela Maçonaria, permaneceu até à altura em que os meus irmãos mais velhos a frequentaram, já nos anos 30 do século passado, uma escola libertária, em que as crianças gozavam de grande liberdade (durante as aulas não precisavam de pedir autorização para sair da sala, conforme a minha irmã sempre salienta como exemplo). Ela faz também constante referência ao facto de as raparigas trabalhare em madeira tal como os rapazes, e estes fazerem trabalhos em ráfia, por exemplo. Sempre deu grande enfase à associação de alunos (A Solidária), de que a minha irmã foi tesoureira e não sei se algum ano presidente da direcção. Penso que a minha irmã me referiu que eram as próprias crianças que faziam a sopa que depois era também por elas distribuida gratuitamente aos alunos pobres.
Também é por ela realçado as condições pedagógicas de que a Escola estava dotada, designadamente os laboratórios, referindo sempre o ensino da biologia apoiado no necessário material, designadamente animais embalsamados um esqueleto humano, pormenor que para ela terá sido muito relevante, pois é sempre este aspecto que ela salienta.

Na visita recente que fiz à Cordoaria Nacional para ver a exposição "República", encontrei uma referência alargada a esta experiêncis pedagógica, que não pude deixar de fotografar para mostrar à minha irmã, e que aqui reproduzo.
Embora estas fotos se reportem a 1918, não custa pensar que as condições não se deverão ter alterado até à altura em que os meus irmãos frequentaram aquela escola.





quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Inverno no Outono

O campo no Outono reveste-se de uma beleza serena que me deleita.E na Ribeirinha esta beleza parece intensificar-se...


E esta beleza e serenidade está bem presente quando olhamos através da janela de casa.


ou, do alpendre, avistamos as cabras deitadas no terreno de pastagem, do outro lado da Ribeirinha



com o Joli e a Chita (cães do nosso vizinho do lado), sempre a acompanhar-nos


Mas na nossa estadia na Ribeirinha no final de Novembro/princípio de Dezembro, à beleza do Outono juntou-se a beleza que a neve traz ao Inverno, que ainda não era...


Pela primeira vez avistei, da Ribeirinha, a Serra da Gardunha coberta de neve.


e nunca vi tanta neve na Serra da Estrela...


E no passeio que demos à Serra da Malcata tivemos a grande surpresa de encontrar neve, que não nos permitiu subir muito, mas que não deixou de nos encantar com a beleza de alguns aspecto.


designadamente os medronheiros cobertos de frutos e neve.


E nestes dias esteve tanto frio que até a água da piscina gelou.


mas em casa havia o aconchego da lareira...


e que agradável é beber o cafezinho no alpendre, num dia frio mas soalheiro...