quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Memórias 6

Para além das nossas passeatas nos carros de bois ou na carroça do burro, ou nestes mesmos burros, havia os passeios que dávamos até à quinta dos tios Júlio e Irene, irmã do meu pai, que ficava talvez a 3Km entre subidas e descidas pelos montes. Descia-se até à Sapataria, subia-se até ao Casal dos Limões onde, segundo me recorda a minha irmã Linda, descansávamos e aproveitávamos para apanhar e comer pinhões, antes de prosseguirmos a caminhada por um caminho entre pinheiros quase até à proximidade da propriedade.

Descansarmos é força de expressão, pois nós não nos cansávamos, íamos bem instaladas nas burras. A nossa mãe é que fazia todo o percurso a pé porque, dizia ela, não sei se era verdade, tinha medo de andar de burro.

Depois de passarmos uma parte do dia com os nossos tios e primos, regressávamos com os alforges das burras carregados de deliciosos peros...

Deste período não guardo memórias dos nossos 3 sobrinhos, filhos da nossa irmã mais velha, então já nascidos (o Alfredo, apenas dois anos mais novo que eu, a Cristina e o Rodrigo), embora eles também passassem muitos períodos das férias connosco.


Na foto, os meus pais com a Cristina e o Rodrigo no eucaliptal da Sra. Bernardina

Recordo-me, no entanto de numa das vezes em que íamos à Enxara (terra onde ficava a quinta dos nossos tios), a Russa quando chegou ao início do caminho que descia da Várzea para a Sapataria, resolver rebolar-se no chão (coisa que nela era frequente, porque era muito senhora do seu nariz), e era o meu sobrinho Alfredo que ia montado nela. Penso que não iria sozinho, mas a recordação que tenho é só de ser ele a ir parar ao chão, embora sem se magoar.